Graça do Divor 2 - 2 (9-8)pen. Jardiense
Neste que foi o ultimo jogo no
campo 25 de Junho, foi quiçá escrita a página mais bonita deste clube com 31
anos de gloriosa história, e que maneira emocionante e mágica de terminar, foi
o culminar de uma década dourada que nunca houve no Inatel de Évora e jamais
vai voltar a haver, é incrível como ainda há aqueles que duvidam e tentam
escamotear os feitos deste clube incrível onde reina a amizade sentida,
competência técnica, organização impar e claro a qualidade dos jogadores, senão
vejamos: heptacampeões, dobradinha, já vencemos tudo o que era taças e
supertaças que houve, nas últimas 6 épocas uma única derrota em casa,9
campeonatos em 10, e 3 eliminatórias ultrapassadas no nacional a jogar e não
por isenções, de facto só peca por tardio o reconhecimento que esporadicamente
nos dão, mas não é pela glória que jogamos, damos o máximo pelo companheiro
pelo amigo do lado que ao longo dos meses à chuva ao frio ao calor treina e se
esforça ao nosso lado.
Depois das vitórias na raça
contra a Sapataria, Alferrarede A Velha, todo e qualquer desfecho contra os
nossos velhos conhecidos da Jardia em nada beliscava o que já foi feito, fosse
ou não um record no distrito. O campeão de Setúbal que outrora já foi campeão
nacional e que inclusive já nos eliminou em anos transactos vinha à nossa
semelhança de um ano incrível, campeões no seu distrito e duas eliminatórias
ultrapassadas categoricamente e sem mácula, vinha ao nosso campo com a legitima
esperança de nos vencer, e qualidade não lhes falta, mas deste lado estava uma
equipa cheia de confiança e que já nada tem a perder, temos a perfeita
consciência que somos o alvo desejado de todas as equipas mas nos momentos mais
complicados temo-nos galvanizado e a sorte também nos tem acompanhado, verdade
seja dita.
Esta eliminatória nada tinha a
ver com a anterior, não estava um abrasador calor, jogávamos no nosso peladão e
certamente que o Jardia não tinha o estilo de jogo que tem o Alferrarede, e no início
do jogo isso ficou logo bem patente, o Jardia não era acutilante e preferia
explorar o jogo aéreo e rápidas transições mas não eram avassaladores e nós
desinibimo-nos e logo nos primeiros instantes David em excelente posição dentro
da área rematou por cima, foi o tónico que nos permitiu acreditar ainda mais.
As equipas estavam bem encaixadas e também os homens vindos do Montijo podiam
ter aberto o activo mas o remate cruzado sai ligeiramente ao lado, o tempo foi
passando e apesar da entrega de todos nenhuma equipa tinha verdadeiro
ascendente sobre a outra e oportunidades claras de golo nem vê-las, até que um
rápido contragolpe fez com que Silva aparecesse na cara do golo e já com o
keeper fora da jogada foi só encostar, tínhamos aberto o activo e seria
imperial que conseguíssemos segurar preciosa vantagem, mas tal como na semana
passada a dita vantagem pouco duraria, o Jardia fez mesmo o golo do empate
naquilo em que são de facto muito bons, livre batido para dentro da área e nas
alturas o avançado não perdoou, e com o empate chegámos ao intervalo, meia
missão estava cumprida, dignificámos a nossa camisola e o Inatel Eborense,
nesta altura já não havia ansiedade, havia sim uma enorme vontade em fazer
história, e a segunda parte iniciou da mesma forma que tinha terminado a
primeira, com a bola sempre longe das balizas e com ambas as equipas a
respeitarem se e sabendo que qualquer erro poderia ser fatal….e ía sendo!!E foi
talvez na nossa fase de maior ascendente territorial que o Jardia dá a volta ao
marcador, e imagine-se… de bola parada, canto na direita a nossa equipa estava
a estudar as marcações quando somos surpreendidos por um canto curto, a bola é
metida na área e depois de tanto ressalto ninguém a consegue chutar dali para
fora e a redondinha acaba mesmo por entrar na nossa baliza, rude golpe para
agora as nossas legitimas aspirações de ganhar mais um jogo, a perder tínhamos
que abdicar da nossa solidez defensiva e ser mais audazes ofensivamente e isso
ia-nos saindo caro mas o adversário em excelente posição não consegue matar a
eliminatória, qual ”deja vu”, tinha-se passado o mesmo na outra eliminatória,
só faltava mesmo o nosso golo do empate, que apareceu mesmo, jogada na esquerda
Tata faz um centro milimétrico e o inevitável Silva encosta lá para dentro para
gáudio de todos, pouco depois o árbitro deu por terminado os 80 minutos, no
computo geral aceita-se o resultado pois nenhuma equipa merecia perder e lá
íamos nós para os penalties novamente, seria a terceira vez esta época, e os
penalties foram mesmo impróprios para cardíacos, Amêndoa mais conhecido por
salvador botija defende o segundo penalty do Jardia, estava portanto tudo nas
nossas mãos, seria”só”marcar todas as 5 grandes penalidades, mas na ultima
Vinagre permite a defesa ao keeper jardiense, que tremenda desilusão, e já que
falamos de “deja vus” veio-nos à memória o ano passado, mas ainda havia
penalties por marcar…e muitos…na morte súbita todos foram marcando até que
chegamos à décima e Jibóia também permite a defesa ao herói do Jardia, foi a
festa dos forasteiros, cedo demais, pois também eles na posição de marcar para
ganhar falharam e íamos para o11ºe como todos os jogadores de campo há tinham
batido faltavam os guarda-redes, aí Amêndoa foi exímio na marcação, faltava o
até então herói que se tornou vilão quando permitiu a defesa a Amêndoa, digno
de um filme, emocionante, único, lindo o desfecho desta eliminatória. Parabéns
a todos, inclusive aos nossos adversários internos, pois sem dúvida se não
fosse o campeonato ser tão competitivo com outras boas equipas e nós não
estaríamos preparados para desafios tão exigentes.
Uma palavra de gratidão para
aqueles que vibraram connosco no fim, mesmo aqueles que não fazem parte do
clube mas que fazem parte do nosso grupo de amigos, OBRIGADO!
Foi possivelmente o meu último
comentário a um jogo nosso, e quero agradecer todos os momento incríveis que me
proporcionaram, foi fantástico!
Alinhou pela Graça neste jogo
fantástico: todos aqueles que fazem e fizeram parte do plantel.
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